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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

No Domingo, Gonçalo acordou com uma «esperta ideia!» Não correria a Santa Maria de Craquêde com uma pontualidade sofrega, ás cinco horas (as cinco horas marcadas no Post-Scriptumda prima Maria) — mostrando o seu alvoroço em encontrar a tão bella e tão rica D. Anna Lucena! Mas ás seis horas, quando findasse a romaria das senhoras aos tumulos, appareceria elle indolentemente, como se, recolhendo d’um passeio pelas frescas cercanias, se recordasse, parasse nas ruinas para conversar com a prima Maria.

Logo ás quatro horas porém se começou a vestir com tantos esmeros, que o Bento, cançado das gravatas que o Snr. Dr. experimentava e arremessava amarfanhadas para o divan, não se conteve:

— Ponha a de sedinha branca, Snr. Dr.! Ponha a branca, que lhe fica melhor! E refresca mais, com este calor.

Na escolha d’um ramo para o casaco ainda requintou, juntando as côres heraldicas dos Ramires, um cravo amarello com um cravo branco. Ao portão, apenas montára na egoa, temeu que as senhoras (não o encontrando no Claustro) encurtassem a visita, estugou o trote pelo atalho da Portella. Depois adiante, ao desembocar na antiga estrada real,