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Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/349

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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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de muralhas... Treixedo era um castello enorme... Na quinta ha uma lagôa entre arvoredo antigo... Oh! sitio delicioso para um pic-nic!

D. Maria hesitou:

— É um pouco longe, veremos, talvez.

E como D. Anna esperava em silencio — Gonçalo abriu a portinhola, tomou ao trintanario as rédeas da egoa. D. Maria Mendonça, no seu contentamento por tão proveitosa tarde, sacudiu ardentemente a mão do primo jurando «que ia apaixonada por Craquêde!» D. Anna mal roçou os dedos de Gonçalo, acanhada e córando.

Sózinho, com a rédea da egoa enfiada no braço, Gonçalo sorria. Na verdade, n’essa tarde, D. Anna não lhe desagradára. Outros modos, outra singeleza grave, outra doçura na sua possante belleza de Venus rural... E aquella observação sobre a Capella, «pouco religiosa» depois das ruinas seculares do claustro, era uma observação fina. Quem sabe? Talvez sob carne tão sensual se escondesse uma natureza delicada. Talvez a influencia d’outro homem, que não o estupidissimo Sanches, desenvolvesse na filha explendida do carniceiro qualidades de muito encanto... Oh, evidentemente, a observação sobre os tumulos e a sua religiosidade emanando da Lenda e da Historia — era fina.