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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

da grade, abeirou a egoa do muro depois de montar — e com que ligeiresa e garbo!...

— V. Ex. anão se lembrava?

— Sim, sim, agora...

Pois no ladrilho do terraço, rente da grade, pousava um jarro cheio de cravos. O Snr. Gonçalo Mendes, depois de gracejar com a menina (que, louvado Deus, não era acanhada!) pediu um cravo, que ella escolheu — e que lhe deu, toda séria, como uma senhora. E elle, que observára da janella do seu quarto, pensava: — «Ora ahi está! Este Fidalgo da Torre, um tão grande Fidalgo, que amavel!» — Oh S. Ex. anão tinha que rir e corar... A gentileza fôra grande — e a elle, avô, parecêra immensa! Mas não ficára sómente na péla apanhada...

— O Snr. Gonçalo Mendes Ramires não se recorda?...

— Sim, Snr. Visconde, com effeito, agora...

Pois, logo no outro dia, o Snr. Gonçalo Mendes Ramires mandára da Torre um precioso cesto de rosas, com o seu bilhete, e n’uma linha este gracejo: — «Em agradecimento d’um cravo, rosas á Snr. aD. Rosa.»

Gonçalo quasi pulou na cadeira, divertido:

— Sim, sim, Snr. Visconde, perfeitamente!.. Agora me recordo!