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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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Ao rolar mais forte do côro Titó descerrou as palpebras, arrancou do canapé o corpansil immenso — e declarou que marchava para Villa Clara:

— Estou derreado! Sempre em jornada e sem dormir, desde hontem ás quatro da manhã que larguei de Cidadelhe... Caramba, dava agora, como aquelle rei grego, um crusado por um burro!

Então Gonçalo, animado pelo cognac, tambem se ergueu com uma resolução quasi alegre:

— Oh Titó, antes de sahires anda cá dentro que quero fallar comtigo a respeito d’um caso!

Agarrára um dos candieiros, penetrou na sala de jantar onde errava o cheiro de magnolias morrendo n’um vaso. E ahi, sem preparação, com os olhos bem decididos, bem cravados no Titó — que o seguira arrastadamente, ainda se espreguiçava:

— Oh Titó, ouve lá e sê franco. Tu ias muito á Feitosa... Que te parece aquella D. Anna?

Titó, que despertára como ao rebentar d’um morteiro, considerou Gonçalo com assombro:

— Ora essa! Mas a que proposito?...

Gonçalo atalhou, na pressa de colher rapidamente uma certeza:

— Olha! Eu para ti não tenho segredos. N’estas ultimas semanas houveram ahi umas conversas, uns encontros... Emfim, para resumir, se d’aqui a