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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

fulgor. Titó, pesado do brodio, adormecêra. E como sempre, para findar, Videirinha atacou ardentemente o Fado dos Ramires:

 

Quem te verá sem que estremeça,
Torre de Santa Ireneia,
Assim tão negra e callada
Por noites de lua cheia...

 

E lançou então uma quadra nova, que trabalhára n’essa semana com amor sobre uma erudita nota do bom Padre Sueiro. Era a gloria magnifica de Paio Ramires, Mestre do Templo — a quem o Papa Innocencio, e a Rainha Branca de Castella, e todos os Principes da Christandade supplicam que se arme, e corra em dura pressa, e liberte S. Luiz Rei de França, captivo nas terras de Egypto...

 
 

Que só em Paio Ramires
Põe agora o mundo a esperança...
Que junte os seus Cavalleiros
E que salve o Rei de França!

 

E por este avô e tal façanha até Gonçalo se interessou — acompanhando o canto, n’um tremulo esganiçado, de braço erguido:

 
 

Ai, que junte os seus cavalleiros
E que salve o Rei de França!...