— Marche! Corra! Que agora a egoa trota!
A egoa trotou — o velho correu, desengonçado, arquejando como um folle de forja. Uma milha galgada, Gonçalo parou, farto do captivo, da lenta marcha. De resto antes que o homem agora corresse a casa, e agarrasse uma arma, e virasse para o alcançar, se desforrar — entraria elle, n’um galope solto, o portão da Torre! Então bradou, com o sobr’olho duro:
— Alto! Agora pode voltar para traz... Mas, antes: Como se chama aquelle seu logar?
— A Grainha, meu fidalgo.
— E vossê como se chama, e o rapaz?
O velho com a boca aberta, esperou, hesitou:
— Eu sou João, o meu rapaz Manoel... Manoel Domingues, meu Fidalgo.
— Vossê naturalmente mente. E o outro malandro, de suissas louras?
D’um folego, o velho gritou:
— Esse é o Ernesto de Nacejas, o valentão de Nacejas, que chamam o Caça-abraços, e que tanto me desencaminhou o rapaz...
— Bem! Pois diga lá a esses dous marotos que me atacaram a pau e a tiro, que não ficam quites sómente com a sova, e que agora têm de se entender com a Justiça... Ella lá irá! Largue!
Do meio da estrada, Gonçalo ainda vigiou o velho