os do Porto. Todos contavam, todos celebravam! A Gazeta do Porto, attribuindo o attentado a Politica, ultrajava furiosamente o Governo. O Liberal Portuense, porém, relacionava «com certas vinganças dos republicanos d’Oliveira, o pavoroso attentado que quasi causára a morte d’um dos maiores fidalgos de Portugal e d’Hespanha e d’um dos mais pujantes talentos da nova geração!» Os jornaes de Lisboa, glorificavam sobre tudo «a coragem explendida do Snr. Gonçalo Ramires.» E o mais ardente era a Manhã, n’um verboso artigo (de certo escripto pelo Castanheiro), recordando as heroicas tradições da Casa illustre, esboçando as bellezas do Castello de Santa Ireneia e terminando por affirmar que «agora, se esperava com redobrada anciedade a apparição da novella de Gonçalo Ramires, fundada sobre um feito de seu avô Tructesindo no seculo XII, e promettida para o primeiro numero dos Annaes de Litteratura e de Historia, a nova Revista do nosso querido amigo Lucio Castanheiro, esse benemerito restaurador da Consciencia heroica de Portugal!» — As mãos de Gonçalo, ao desdobrar os jornaes, tremiam. E o João Gouveia, tambem soffrego, devorando tambem os artigos, por sobre o hombro do Fidalgo, murmurava, impressionado:
— Vossê, Gonçalinho, vae ter uma votação tremenda!