como vôa o corvo... Confiae em mim, Tructesindo! Confiae em mim, que eu arranjarei ao Bastardo tal morte e tão vil, que d’outra egual se não possa contar desde que Portugal foi condado.
— Mais vil que forca, para cavalleiro, meu velho Garcia?
— Lá vereis, senhores e amigos, lá vereis!
— Seja! Mandae dar ás bozinas.
Ao commando d’Affonso Gomes, o Alferes, as bozinas soaram. Um troço de besteiros e de estafeiros Leoneses rodearam a mula que carregava o Bastardo amarrado e entalado entre dois caixotes. E acaudilhada por D. Garcia, a curta hoste metteu para o Pego das Bichas, em desbando, com os senhores de lança espalhados, como em marcha de folgança e paz, (?) e todos n’uma rija fallada recordando, entre gabos e risos, as proezas da lide.
A duas leguas de Tordezello e do seu castello formoso, se escondia entre os cerros o Pego das Bichas. Era um lugar de eterno silencio e de eterna tristeza. Em esmerados versos lhe marcára o tio Duarte a desolada asperidão:
Nem trillo d’ave em balançado ramo!
Nem fresca flôr junto de fresco arroio!
Só rocha, mattagal, ribas soturnas,
E em meio o Pego, tenebroso e morto!...