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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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Bravaes, e agora corria á Torre de mandado do Snr. Administrador...

Gonçalo recuou a egoa para a sombra d’uma carvalha:

— Então que temos, amigo Godinho?

O Snr. Administrador annunciava a S. Ex. aque o maroto do Ernesto, o valentão de Nacejas, em tratamento no Hospital d’Oliveira, melhorára consideravelmente. Já lhe repegára a orelha, a bocca soldava... E, como se procedeu á querella, o patife passava da enfermaria para a cadeia...

Gonçalo protestou logo, com uma palmada no selim:

— Não senhor! Faça o obsequio de dizer ao Snr. João Gouveia que não quero que se prenda o homem! Foi atrevido, apanhou uma dóse tremenda, estamos quites.

— Mas Snr. Gonçalo Mendes...

— Pelo amor de Deus, amigo Godinho! Não quero, e não quero... Explique bem ao Snr. João Gouveia... Detesto vinganças. Não estão nos meus habitos, nem nos habitos da minha familia. Nunca houve um Ramires que se vingasse... Quero dizer, sim, houve, mas... Emfim explique bem ao Snr. João Gouveia. De resto eu logo o encontro, na Assembleia... Bem basta ao homem ficar desfeiado. Não