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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES
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Emfim, enthusiasmado! E nós, está claro, ardendo por que appareça a sublime obra.

O Fidalgo córou profundamente, murmurando — «Que tolice!» Depois roçou pela poltrona em que se enterrava o André, afagou suavemente o largo hombro do André:

— Pois, tens feito cá muita falta, meu velho! Ha dias passei em Corinde, tive saudades...

Então o Barrôlo, que não socegava, vermelho, a estoirar rebolando pela sala, espiando ora o Cavalleiro, ora o Gonçalo, com um riso mudo e avido, não se conteve mais, gritou:

— Bem, basta de prologos... Vamos lá agora á grande surpresa, André! Eu tenho estado toda a tarde a rebentar... Mas emfim, jurei e calei! Agora não posso... Vamos lá. E tu, Gonçalinho, vae preparando os quinze tostões.

Gonçalo, com a curiosidade de novo refervendo, apenas sorria, desprendidamente:

— Com effeito! Parece que tens uma bella novidade.

O Cavalleiro alargou lentamente os braços, sempre enterrado na vasta poltrona, sem pressa:

— Oh! é a cousa mais simples, mais natural... A Snr. aD. Graça já sabe, não é verdade?... Não ha motivo para surpresa... Tão legitima, tão natural!

Gonçalo exclamou, já impaciente: