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Página:A illustre Casa de Ramires (1900).djvu/544

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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

redonda e côr de tijolo, que o farto lenço de cambraia, muito branco, circumdava como um nimbo. O Titó affagou carinhosamente o hombro da boa cosinheira:

— Então, tia Rosa, agora recomeçam essas grandes petisqueiras, hein?

— Louvado seja Deus, Snr. D. Antonio! Que imaginei que não tornava a vêr o meu rico senhor. Tambem já tinha decidido... Se me enterrassem o corpo aqui em Santa Ireneia, antes de eu vêr o menino, a alma com certesa ia á Africa para lhe fazer uma visita.

Os seus miudos olhos piscaram, lagrimejando de gosto — e seguiu pelo corredor, tesa e decidida, com a sua trouxa que rescendia a maçã camoeza. O Gouveia murmurára com uma careta: — «Safa!» E os tres amigos desceram ao pateo onde, por curiosidade do Titó, visitaram as obras da cavallariça.

— Veja você! exclamou elle para o Gouveia, que accendia o charuto. Você a negar!... Mobilias, obras, egoa ingleza... Tudo já dinheiro d’Africa.

O Administrador encolheu os hombros:

— Veremos depois como elle traz o figado...

Deante do portão o Titó ainda parou a colher, na roseira costumada, uma rosinha para florir o jaquetão de velludilho. E juntamente entrava o Padre Sueiro, recolhendo d’uma volta pelos Bravaes, com