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Página:A imprensa e o dever da verdade (1920).djvu/62

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Muitos desses alcoices não se abrem senão para o consumo desta clientela, tão subida no grau da posição, quanto rebaixada na vilania do abuso. Mas apenas se alistam na vida airada, e se dão a conhecer, ao mesmo passo que a freguesia limpa os evita, logo os vai buscando a clandestina concubinagem do erário, e daí a nada mais uma impudência se esgargala no meretrício da mentira subvencionada, mais uma pécora começa a criar banhas, suar falsidades e vomitar eructações prostibulares ao serviço da República, do Estado, ou das municipalidades.

A consciência popular, mãe dos adágios, não ignora a regra de que quem mal vive, por onde peca, por aí se castigue. Por isso as castiga no bolso, negando-lhe os suspirados tostões. Mas que monta o cobre do povo a quem, com o perder, por isso mesmo ganha o ouro das administrações endinheiradas? Com a sombras destas, a seu soldo e sob as suas ordens, se instauram, chamando-se jornais, esses armazéns, essas fábricas, esses teares da mentira, onde noite e dia se urdem e tramam, se recamam e bordam, se estampam e marcam, se negociam a retalham, se expedem e distribuem à circulação da mais baixa curiosidade perfídias, vilanias, escândalos, horrores, tudo, em suma todo quanto possa alimentar a indústria da falsidade, o comércio da intriga, a desprezível arte da vilipendiação, o ministério professo de adulteração da verdade.

Esses almocreves de petas, esses recoveiros de maranhas, esses mascates de aleives, esses atacadistas e varejistas da mentira, ninguém os