Saltar para o conteúdo

Página:A imprensa e o dever da verdade (1920).djvu/66

Wikisource, a biblioteca livre

se enseje, mais dia menos dia, algum meio de se desapressar das nojosas tiranias da corrupção.

São coisas, que entre nós se admitem, por estarmos atreitos a vê-las, mas que, fora daqui, não se vendo nunca, a ninguém se antolham possíveis. Tais raridades morais, é necessário, sentindo-as com os próprios sentidos, experimentá-las diretamente, para lhes cogitar na possibilidade. Quem as não viu, não as crê.

Mas por que será que a tão altas vozes tais coisas de nós se têm dito no estrangeiro e contra nós por ali correm mundo? Será porventura que os delatores de semelhantes vergonhas lhes hajam bebido a notícia na grita das oposições, e, meros ecos de atoardas caluniosas, as revendam como lhas venderam, sem exame e pela toada?

Bem se está vendo que não. Deu-lhes o cheiro a eles mesmos, e pelo faro seguiram no rasto das coisas. Escutaram com os próprios ouvidos. Viram com os seus olhos. Tiveram nas mãos contas e algarismos, papéis e documentos, os mais dos quais não seriam de publicar. Falam, em suma, de espécies, nas quais são testemunhas diretas, prevenciais, oculares, habilitadas a saber de raiz, interessadas em conhecer deveras, obrigadas a não falar senão ao certo.

Ora, isto suposto, senhores, quem é que subministra, no interior e no exterior, as más notícias do Brasil, aos que dele mal julgam, mal dizem, e escrevem mal os dados