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Página:A morgadinha dos canaviais.djvu/453

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—­Sim? Tambem essa?

—­Ora se tambem!... Pois a sr.^a D. Victoria?

—­Mas... mas... Christina... a sr.^a D. Christina, então...

—­Isso é um coração de pomba. Inda ha pouco, ao sair, já vinha no pateo, e ella veio ter commigo a correr, e disse-me: «Olhe, ó Torquato, ha de reparar-lhe para a cara e vêr se tem ar maïs triste.»

—­Ella disse-lhe isso?

—­É verdade. E eu lá lhe vou dizer que o encontrei alegre como...

—­Não, não; não lhe diga isso, homem—­atalhou Henrique.

—­Então por quê?!

—­Porque... porque... porque não é verdade... Então eu estou assim tão alegre como isso?

—­Não digo que esteja, mas para a socegar...

—­Diga que me achou com saude, mas triste. E não lhe disse ella maïs nada?

—­A sr.^a D. Victoria...

—­Falò de Christina.

—­Nada... Ai... Agora me lembro... mas isso é segredo.

—­Diga, diga.

—­Não é nada; é uma promessa que...

—­Uma promessa? Que promessa?

—­Sim, olhe, eu digo-lhe, mas guarde segredo! Quando o senhor esteve muito mal, que nem o cirurgião dava nada por si, a Christinita prometteu rezar na capella dos Cannaviaes as estações da meia noite...

—­As estações da meia noite?

—­Sim; as estações rezadas á meia noite á Senhora que está na capella da casa dos Canaviaes; É tão milagrosa que, dizem, nunca recusou favor que se lhe pedisse assim. Contava meu pae...

E vinha um caso comprovativo da tradição popular.