cuidados de Augusto e de Magdalena, que ahi ficaram, por exigencias de D. Victoria. Augusto, além de se occupar de agricultura, alimenta a imaginação, já não a fazer versos, mas em outra fórma de poesia: a organisar a escola sob bases mais racionaes, e dotação mais fecunda; a generalisar e educar os processos agricolas; a implantar industrias novas.
É assim que a sericultura, graças aos seus cuidados, é hoje alli cultivada com bons resultados, e outras já principiam a ensaiar-se.
Magdalena é sempre a mulher que foi; se é que as nobres qualidades já reveladas nos seus actos de juventude, não se vão caracterisando inda melhor, á medida que de mais graves deveres se incumbe a sua missão de mulher. Intelligencia temperada por um bom senso natural, que a educação esmerada não estragou, como a tantas acontece, caracter apaixonado, mas de trato affavel e insinuante, meiga sem indolencia, grave sem severidade, acompanha-a o encanto que a todos prende, que não faz sentir a ninguem o peso da obediencia.
É hoje quem tudo dirige no Mosteiro; querida pelos primos, querida por D. Victoria, adorada pelo marido e abençoada pelo povo, que soccorre com esmolas e conselhos, pode bem dizer-se que reina n’aquelles sitios.
D. Victoria resignou na sobrinha todos os encargos domesticos, salvo o direito de ralhar com os criados, que ella sustenta serem os peores do mundo; prompta sempre a intervir a favor de qualquer d’elles, quando despedidos.
Em relação ás personagens secundarias d’esta historia pouco teremos a dizer.
O brazileiro fez as pazes com o conselheiro, porque este, logo que entrou para o ministerio, mandou lavrar o decreto em que se nomeava visconde de não sei quê o seu antigo inimigo. Foi este o primeiro acto politico do gabinete, que o paiz ingrato teve a sem-razão de não applaudir.