Como sou miserável e fraco!. . . (E agarrando o peito, desesperado). Carne traiçoeira e maldita! de que lama és tu feita?. . . E não poder quebrar-te num instante, imundo barro sensual e pobre!
Mas Salomé voltava com a ceia.
— Ingrato! exclamou ela. Eu que lhe havia preparado uma sopa tão apetitosa! . . . Vamos! Coma alguma cousa. . .
E enchendo-lhe o copo com o vinho que trouxe num cangirão:— Beba, sr. vigário! beba um bom trago de vinho! Este ainda é da colheita do defunto padre René... Ah! o padre René!... Esse é que tinha sempre um apetite. . . que metia gosto vê-lo comer!. . . Comia tão bem o santo homem que, às vezes, vendo-o jantar, jantava segunda vez! Um dia pregou-me uma formidável indigestão!... Santa criatura!...
— Você o estima muito, não é verdade, tia Salomé?... perguntou Ângelo, tomando uma colherada de sopa.
— Como não?. . . Pois se o servi durante dezoito anos seguidos! . . . Se não fosse a congestão que o raspou, ainda. ..
— A congestão?! interrompeu o vigário. Pois ele não morreu atacado pela peste?. . .
— Qual o que! negou a criada, rindo. Isso foi uma balela que se arranjou aqui em Monteli!... Os amigos dele entenderam que lhe