não ficava bem, como sacerdote, morrer de congestão, havendo tanta peste na aldeia. . .
— Ah!
— Coitado! Foi lástima! Belo homem! Não parecia ter setenta anos! Forte, sadio e trabalhador como gente!. . . As vezes, depois do almoço, agarrava-se a uma enxada e dava-lhe para labutar, que três ou quatro trabalhadores não lhe levariam a melhor! Não vê o senhor vigário toda aquela parte do muro do cemitério que está reconstruída?. . . Pois quem foi que a levantou?. . .
— Ah! Ele também trabalhava de pedreiro?. . .
— Se trabalhava! Queria que o visse em mangas de camisa e calças arregaçadas, pé no chão, a fazer barro e a carregar terra! Mas também, quando caía na cama, era aquela certeza!
— Dormia bem?. . .
— E roncava, senhor vigário! roncava, que se ouvia de longe! Uma vez. . .
Um trovão mais forte estalou no espaço, fazendo tremer as folhas da janela.
— Chit! gritou Salomé, correndo até à porta; que tempestade vamos ter! Olha se o senhor vigário se demora mais um pouco!... Felizmente tenho aí alecrim bento para queimar!. . .
Mas Ângelo já não a ouvia. Tinha os olhos cravados no teto.