— Nem sequer trouxeram um carro! Não! Definitivamente o senhor vigário não vai, porque eu não consinto!
— Então, Salomé! disse Ângelo; cale-se, minha irmã. . . O dever não deve olhar maus tempos e perigos mesquinhos . . .
A boa velha, em vez de calar-se, colocou-se defronte dele, com os braços erguidos, e exclamou:
— Mas, por amor de Deus! repare que esta loucura vai fazer-lhe muito mal!. . . Lembre-se de que não está bom de saúde!. . . Lembre-se de que. . .
Ângelo interrompeu-a:
— E supõe que eu poderia ficar aqui tranqüilo, sabendo que alguém morre, pedindo inutilmente a confissão?... que eu poderia dormir descansado, lembrando-me que nesse momento um moribundo me amaldiçoava, porque lhe faltei com os derradeiros socorros à sua alma!. . .
E voltando-se para os dois homens:
— Vamos! vamos, irmãos! Estou às vossas ordens!
E traçou a capa e saiu, acompanhado pelos outros dois.
Daí a pouco, três cavaleiros negros cortavam a estrada e entranhavam-se na floresta, galopeando na treva, como fantasmas.
Pareciam voar nas asas da tempestade. E, a cada relâmpago, os cavalos aterrados relinchavam, acelerando