E fugiu, depois de atirar-lhe na mão uma nova moeda.
— Deus lhe pague, Sr. Doutor.
E acrescentou para o hortelão:
— Muito gosta este homem de dar dinheiro para rape. . .
— É um médico esquisito, observou aquele; tem medo de encontrar-se com o seu doente. . .
— Bem, mestre Jerônimo, vou lá para dentro cuidar da merenda do sr. vigário.
— Eu também me vou chegando, tia Salomé. Boas noites.
— Deus lhe dê as mesmas!
E Salomé afastou-se para recolher-se à casa.
Ângelo, nesse instante, acabava de sair da capela e atravessava o jardim.
Entrou na sala de jantar como um sonâmbulo, sem olhar para os lados, e foi assentar-se no banco ao lado da mesa, fitando inalteravelmente o teto.
Estava muito mais pálido e mais abatido que na véspera.
A criada aproximou-se para lhe dar boa noite. Ele não respondeu, nem fez com a cabeça o menor gesto.
Ela saiu da sala, demorou-se um pouco lá dentro, e voltou com o candeeiro aceso.
Ângelo durante esse tempo conservou-se na mesma imobilidade.