firmava-se em colunas de ouro. O chão era calçado de moedas de todos os países; de espaço a espaço erguia-se um repuxo também de ouro, donde espipava ouro líquido que se derramava, entre rocas de esmeralda, formando reluzentes lagos nunca secos. Do teto pendiam estalactites de ouro, de coral e de topázio. As paredes cintilavam num delírio de fogos multicores, em que fulguravam diamantes, safiras, rubis, opalas e cornalinas.
— Oh! Que deslumbramento! exclamou Ângelo, sem desviar os olhos da refulgente caverna. Que grande maravilha!
— Não tão grande, opôs-lhe Alzira, procurando com os lábios alcançar-lhe a boca; não tão grande como o amor que me inspiraste!
Ângelo não lhe ouviu as palavras, nem recebeu a carícia que ela lhe oferecia. Toda a sua atenção era para a sedutora caverna.
— Não me escutas, meu querido amor?. . .
Ele, em vez de responder, perguntou avidamente:
— Eu também posso levar daqui o ouro que quiser, não é verdade?. . .
— Não, disse Alzira entristecendo; não podes carregar daqui com um grão de ouro. . . Eu, sim!
— Por quê?
— Porque nunca foste perdulário... Ah! mas descansa que nada te faltará!. . . Estarei sempre