Alexandre, ligadas ao genial prestígio de Homero e Dante!
O demônio sorriu, mostrando os seus dentes de ouro luminosos, e replicou depois, fechando de novo a fisionomia:
— Não posso satisfazer tanta ambição!... Conquistam-se tronos, como verá teu espírito no século futuro, porque um homem virá ao mundo, e mesmo em França, tão atrevido, que com a ponta de sua espada descobrirá as régias frontes, para guarnecer a sua cabeça de soldado com uma coroa de imperador. . . Sim! conquistam-se coroas de rei, mas não se conquista a coroa de louros do mendigo de Tebas, porque essa não cabe em nenhuma outra cabeça. Falaste em Dante!. . . faze tua alma tão grande como a dele, e serás o mais desgraçado dos homens... Abre-lhe o cérebro, abre-lhe o peito, abre-lhe os intestinos! encontrarás nessas três regiões do pensamento, do amor e da animalidade, o modelo bêstas espoja-tedos círculos do inferno, que ele traçou no seu lancinante poema. E nesses círculos só uma força há que os iguala e nivela, é a dor! A dor de quem pensa, a dor de quem ama e a dor de quem tem fome! Queres ser feliz?. . . Vive bestialmente! opõe os teus sentidos ao teu cérebro e ao teu coração! Sê bruto, meu filho! A natureza é um pasto de bêstas— espoja-te nele, se quiseres gozar a vida!