no homem! . . . Ah, meus colegas, meus colegas obstinados em que a histeria tem a sede no útero!. . . Queria vê-los aqui, e haviam de confessar que ela não passa de uma nevrose encefálica!... Platão com o seu sistema de útero desesperado por conceber, com o seu útero que dana e faz cabriolas até ao cérebro, é um visionário, como todos os seus discípulos espalhados pelas nossas academias!... No século dezenove compreenderão talvez o que hoje negam tão obcecadamente! Caturras! Não percebem que o vasto mundo dos nervos é tão grande, tão complicado e tão extraordinário, como todo um mundo planetário!. . . Falam em psicologia, falam em intelecto, e não falam nessa cousa ainda hoje sem nome— a vida autônoma dos nervos; isso, cujo conjunto pressinto e vejo pelas suas fenomenais manifestações, e habita uma parte material de nosso corpo, tão importante que pouco conhecida e estudada até hoje! isso, que há de encher uma época no mundo dos sábios e produzir uma grande revolução científica! Ah! não poder eu viver daqui a cem anos!. . . ou não ter talento, gênio, para poder adivinhar o que os outros mais tarde descobrirão. Maldita seja esta minha cabeça inútil, e maldita seja a medicina! E maldita principalmente seja esta minha ausência de Monteli, durante a qual tantos progressos fez o meu doente na sua desconhecida moléstia!... Ah!
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