E é bem possível que eu, daqui a pouco tempo, esteja apresentando à Academia de Ciências o meu livro novo sobre o grande mundo dos nervos! . . .
E voltando a ter com Salomé:
— Não veio de Paris ninguém visitá-lo, além dos devotos do milagre?. . .
— Ninguém. . . respondeu ela.
— Diga-me uma cousa, tiazinha. . . mas fale com franqueza, que é para o bem do nosso doente. . . Nunca descobriu no vigário qualquer inclinação por alguma mulher? . . .
— Credo, senhor doutor!... exclamou Salomé, benzendo-se. Credo, Pai Santíssimo! Pois então o senhor vigário seria lá capaz de?... Ele, que é um santo! Valha-me a Senhora dos Aflitos, que até senti um engulho no estômago!
— Não há dúvida! Carrego-o amanhã mesmo para o hospital!. . . Vou daqui tratar do que me falta para poder levá-lo!
Salomé, que tinha ido até à janela, voltou para segredar apressada ao médico:
— Ele aí vem!. . .
Cobalto, pôs-se logo em retirada, e disse precipitadamente à velha:
— Continue a observá-lo. Volto em breve. Segredo, hein?... E tome lá para o seu rapé!
Atirou-lhe uma moeda e fugiu; enquanto Salomé, indo abrir a porta, considerava de si para si: