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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/272

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— Sim, exclamou o pároco. Isto existe!

E arremessou a cadeira ao chão.

— Mau! mau! resmungou a criada. Hoje está para quebrar as cousas!. . .

E foi ter com ele. carinhosamente, depois de largar sobre a mesa a bandeja da merenda.

— Por que não trata de comer alguma cousa e recolher-se, senhor vigário?. . . Olhe que já são quase sete horas!. . .

Ângelo despertou:

— Sete horas? Já? Sim, sim, vou deitar-me! Preciso dormir! dormir muito!

— Mas há de primeiro tomar a sopinha de leite com pão! Vamos! venha para a mesa! (E conduziu-o até lá, puxando-o pelo braço). Assim! Agora beba um trago de vinho!

Ângelo obedecia, como uma criança, sem dizer palavra.

— Bem, disse a criada, quando viu que não conseguia fazê-lo comer mais nada. Agora pode recolher-se. Boa noite!

E saiu, soltando um fundo suspiro de lástima.

O presbítero continuou perdido nas suas cismas.

— Sonhar!. . . Sonhar!. . . Estarei eu sonhando agora, para daqui a pouco acordar nos braços de Alzira? . . não! mas isto existe!

E tomou de cima da mesa o canjirão de vinho.

— Tanto existe. .. prosseguiu ele. que eu posso