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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/276

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custe o que custar!... Vamos! É melhor que fales com franqueza!

— Nada! Não tenho nada!. . . insistiu o pároco, visivelmente perturbado.

— Negas?!... Desconheço-te, Ângelo!... Já não és o mesmo casto discípulo, que eu cerquei durante vinte anos com a dedicação dos meus desvelos e da minha fé!. . .

— Creia que se ilude, meu pai!. . .

— Tu é que me queres iludir, Ângelo. . . Ah! mas não o conseguirás! Não suponhas que vim aqui às apalpadelas. . . Tenho-te acompanhado de longe, desde que a enfermidade me obrigou a separar-me de ti. . .

E recuperando de súbito o seu antigo ar enérgico, exclamou:

— Exijo que me confesses abertamente a causa deste teu estado atual!

— Mas...

— Exijo!

— Mas que lhe hei de dizer?. . .

— Fala-me, por exemplo, das conseqüências daquele estranho sobressalto, que te aconteceu quando celebravas a tua primeira missa. . . Ainda até hoje não me deste conta disso!. . .

Ângelo estremeceu, balbuciando alguns sons ininteligíveis .

E Ozéas acrescentou:

— Sim, nunca me confessaste que ele foi provocado