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Página:A mortalha de Alzira (1924).djvu/277

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por uma mulher que se achava na igreja. . .

O pároco estremeceu ainda.

— E por que tremes agora?.. . bradou o velho. Por que abaixas os olhos?... Por que desse modo empalideces?. . . Por que as lágrimas estão a correr-te pelas faces?. . . Ah! eram bem fundados os meus receios de então!... são bem certas as minhas desconfianças de agora!.. .

— Desconfianças?... De que?...

— De que Alzira te preocupa ainda!.

— Alzira já não existe. ..

— Sim, já não existe para o mundo... Quem sabe, porém, se ela não continuará a existir para a tua imaginação enferma e desvairada?...

O pobre maço tomou-lhe as mãos.

— Por que diz isso, meu pai?. .

— Porque vejo e compreendo que uma idéia fixa te rói o cérebro e devora-te a razão! Quero saber o que é! Fala!

Houve uma pausa.

Ozéas prosseguiu, mudando de tom:

— É a primeira vez que bato ao teu coração, e ele se não abre logo de par em par!. . . Compreendo: já te não possuo. . . já não és o mesmo que foste para mim... já não és o meu filho submisso e casto!... Perdi tudo! Paciência! Nada mais me resta a fazer aqui... Adeus.

Ângelo prendeu-o nos braços.

— Perdoe! perdoe, meu pai!