número, fria como o coração do coveiro que os sepultou.
O cemitério era grande, mas de aspecto miserável. Um vasto campo, que se estendia, subindo em rampa, até parar de súbito num formidável despenhadeiro, onde nunca descia a luz do sol nem das estrelas.
O frade, ao chegar a certo sepulcro, coberto por uma lousa de mármore, deu luz à sua lanterna, e alumiou a lápide.
— Lê!.. . disse ao companheiro.
— Ah! exclamou Ângelo, retraindo-se.
Na laje funerária estava escrito "Alzira".
— Aqui jaz o que dela resta. . . segredou o velho.
E depois de um silencio, acrescentou:— Levanta a lousa. . .
— Profanar uma sepultura!. . . Eu?. . . protestou Ângelo, recuando. Não! Nunca!
— Assim é preciso! Obedece!
— Meu pai! . . .
— Obedece!
O presbítero hesitou ainda.
— Obedece, ou eu te amaldiçoarei para sempre! insistiu Ozéas.
Ângelo abaixou a cabeça e começou a levantar com o alvião a pedra sepulcral.
Conseguiu-o no fim de algum esforço.
— Agora, tornou o velho, quando viu a tumba