descoberta, tira com a enxada o que está lá dentro.
O pároco voltou o rosto, exclamando:
— Oh, não! não! por amor de Deus!
Ozéas tomou a enxada, e retirou com ela uma caveira de dentro da sepultura.
Limpou-a ao hábito e levou-a até aos olhos do discípulo, dizendo:
— Vê! Vê bem!.. .
— Uma caveira!
— Sim! Uma caveira! É tudo que resta da beleza da tua Alzira!. . . a terra comeu-lhe os olhos, o nariz, a boca, as faces cor-de-rosa. . . Só ficaram os dentes, para se rirem de ti, louco!
Ângelo tomou a caveira entre as mãos, e ficou a contemplá-la, abstrato e mudo.
Ozéas chegou-se mais para ele e disse-lhe, avizinhando a boca do seu ouvido e abafando a voz como quem conspira:
— Vê bem!. . . É uma caveira vulgar. . . confunde-se com todas as outras!. . . Foram-se-lhe os encantos... foram-se os cabelos com os seus perfumes sensuais, os lábios com os seus sorrisos sedutores, os olhos com as suas chamas de amor!. . .
— Meu Deus! soluçou Ângelo.
— Restam apenas ossos... insistiu Ozéas. É tudo que dela resta neste mundo!... O mais que suponhas que exista, o mais que vejas nos