me a minha mocidade, o calor do meu sangue, o meu talento! Entrega-me o que me roubaste, ladrão!
Ozéas deixou-se cair de joelhos e abriu os braços, volvendo para o céu os olhos lacrimosos.
— Ó meu Deus! suplicou. Ó meu Deus! piedade para ele! Socorrei-o! Iluminai-o com a vossa divina graça! . . .
— É tarde!.. . rouquejou Ângelo. A sombra de Alzira bem o disse!. . . É tarde, roubador de crianças, salteador de almas! Já nada tenho a perder, porque me roubaste afinal a última ilusão! Nada mais me resta a fazer neste mundo de nojentas misérias! Sê maldito! Adeus!
E lançou-se de carreira para o abismo onde terminava o cemitério.
— Meu filho! meu filho! atende-me, por amor de Deus!
— Não sou teu filho, não sou nada, sou um padre! respondia Ângelo, debatendo-se para arrancar-se dos braços dele. Deixei de ser um vivo entre os mortos, sou um morto entre os vivos!
— Que vais fazer, Ângelo!
— Completar naquele abismo a tua obra, bandido!
—: Não! gritou Ozéas, fazendo um supremo esforço para desviar o filho do precipício. Não te matarás!