"Amado da minha alma, aponta-me onde é que apascentas o teu gado, onde te encostas pelo meio-dia, para que não entre eu a andar feito uma vagabunda atrás dos rebanhos dos teus companheiros.
"O meu amado é para mim como um ramilhete de mirra. Ele morrerá entre meus peitos.
"Meu amado, vem comigo pelos campos, dá-me a tua mão; que eu perfume nela os meus cabelos e que eu sorva tremente o cheiro da tua boca, como a cabra montesa que morde os lírios da ladeira.
"Tu és belo e forte como o cedro, suave como a ribeira, e tua voz é como o gemido das pombas.
"As tuas faces têm toda a maravilha de um prado iluminado por dois sóis, e onde os meus beijos, como um rebanho, descansam à sombra dos teus cabelos.
"Vem, amado meu do meu coração, que eu por ti definho de amor e morro de tristeza.
"O amado do meu coração é bonito que nem essa cabra arisca, que grimpa à tardinha pelos escaldados outeiros