tendo outro pasto para seu espírito além da doutrina cristã e da manhosa teologia, deu-se todo inteiro a estas duas estéreis e sedutores senhoras, e no fim de contas apresentou escandalosamente aquele imprevisto tipo, que fez as nossas delícias da corte na quinta-feira passada.
— Ah! disse o conde de Saint-Malô; não há dúvida, porém, de que ele tem muito talento oratório; é uma capacidade em matéria de religião. . .
— Qual! desdisse o materialista em ar de pouca importância. Acho que aquele pobre moço é mais uma inteligência aproveitável que se perde, e mais um infeliz doente que ganham os hospitais!
— E por quê?... exclamou Alzira vivamente.
— Ora! desdenhou aquele. Porque toda a sua ciência, se é que ele a tem, baseia-se nos mais falsos princípios. A sua filosofia é bonita, não há dúvida, mas completamente inútil. Não passará nunca de um metafísico. Construiu o seu edifício intelectual sobre areia movediça; e no dia em que o primeiro sopro quente de vida real cair-lhe em cima, lá se irá por terra a igrejinha! No dia em que a natureza, indefectível nas suas leis, o chamar friamente à verdade das cousas e exigir que ele cumpra com o seu destino fisiológico de homem, o seu próprio talento há de revolucionar-se com o seu sangue, e ele