Estava a uns cem metros de altura. O ponto de vista era esplêndido. Primeiro, o grande parque do convento, todo cercado de altos muros; depois, as ruas da cidade, as praças e os jardins, e logo em seguida o Sena, coberto de barcos, e afinal as longínquas árvores do campo, que se perdiam suavemente nas tintas duvidosas do horizonte.
— Que belo! Que belo!
E vendo o casal de borboletas, que fugia espaço afora:
— Oh! Como vão ligeiras. . . Como brincam no espaço... Agora dizem um segredo... Voam de novo... Desaparecem...
Abaixando o olhar, descobriu sobre um telhado um casal de pombos que arrulhava.
— Como são lindos! pensou. Como são brancos e amorosos! Agora se beijam! Que belo! Que belo!
Na rua descobriu um homem de braço dado a uma mulher, levando ele um pequenito pela mão.
— São casados!... A criança parece com ambos!... Oh! agora conversam... ele tomou as mãos dela entre as suas; ela sorri, abaixa os olhos... São felizes!
Afastou-se bruscamente da janela. O espetáculo daquela tranqüila ventura fazia-lhe mal, e quase o irritava.
Não sabia dizer por que, mas num íntimo e profundo malquerer, contra tudo e contra todos,