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Página:A pata da Gazela.djvu/116

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Desde então o dia escolhido era o sábado, a menos que não precedesse aviso especial da dona da casa para alguma partida. Nunca mais houve desencontro; Amélia achava sempre o mancebo no seu posto, defronte da porta para vê-la entrar.

Em uma dessa noites deu-se um incidente que é preciso referir.

Falava-se a respeito de uma senhora casada, a quem o marido causava sérios desgostos. Pessoa que sabia das particularidades dessa família explicava o fato à sua maneira.

— Ela era muito linda, o marido a adorava; casou-se por paixão. Poucos dias depois de casada, teve ela uma grave moléstia que a reduziu àquele estado. Não há paixão que resista!

— Com efeito, sabe ser feia!

— Ninguém acreditará que foi bonita.

— Pois foi uma beleza.

Leopoldo, que ouvia calado, interveio:

— O marido nunca a amou!

— Asseguro-lhe que teve uma paixão louca.

— E eu afirmo-lhe que não; que ele nunca teve paixão pela mulher. O que ele adorava era unicamente a sua beleza, a forma; isto é, um acidente. O homem que ama a mulher destinada