— Ao escriptorio de papai: talvez elle queira vir comnosco. Na volta passaremos pela rua do Ouvidor: respondeu a mais esbelta, cujo talhe era desenhado por um roupão cinzento.
O vestido roixo debruçou-se de modo a olhar para fóra, no sentido contrario aquelle em que seguia o carro, emquanto o roupão, recostando-se nas almofadas, consultava uma carteirinha de lembranças, onde naturalmente escrevêra a nota de suas encommendas.
— O lacaio ficou-se de uma vez! disse o vestido roixo com um movimento de impaciencia.
— É verdade! respondeu distrahidamente a companheira.
Estas palavras confirmavam o que aliás indicava o simples aspecto da carruagem: as senhoras estavam à espera do lacaio, mandado a algum ponto proximo. A impaciencia da moça de vestido roixo era partilhada pelos fogosos cavallos, que defficilmente conseguia soffrear um cocheiro agalloado.
Depois de alguns momentos de espera, sobresaltou-se o roupão cinzento, e conchegando-se mais às almofadas, como para occultar-se no fundo da carruagem, murmurou: