Página:A pata da Gazela.djvu/141

Wikisource, a biblioteca livre

— Vê se está de teu gosto, disse o Sales cingindo-lhe a cintura com o braço.

Amélia leu a carta rapidamente; ela já sabia de antemão que faltava alguma coisa.

— Então, que tal? perguntou o negociante com certo desvanecimento.

— Está muito boa, papai. Só acho uma coisa.

— O quê?

O negociante sofreu uma decepção. Pensava ter feito uma obra-prima com aquela carta, escrita em seu mais belo estilo comercial, mas recheada de alguns rasgos sentimentais.

— Não acha, papai, que ele ficará todo cheio de si, obtendo logo, assim com tanta facilidade, o que deseja? A carta é de hoje; responder no mesmo dia... mostra muita vontade demais.

— Que mal há nisso? Para que deixá-lo na dúvida, quando podes torná-lo feliz desde já?

— Papai pensa que ele duvida?

— Ah! Já sabe então! Muito bem!

— Eu não lhe disse nada, papai.

— Então como sabe ele? Adivinhou?

— Não adivinhou nada. Papai bem sabe como são esses senhores da moda; cuidam que todas