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Nunt. Antiquus, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 221-270, 2020

E foram, diante de Tiámat sentaram-se,
Com palavras ponderaramsobre os deuses, seus rebentos.

[35] Apsu sua boca abriu
E a Tiámat ruidoso disse:

É sim molesta sua conduta para mim:
De dia não repouso,de noite não durmo;

Destrua-se sua conduta, seja dispersa!
[40] Silêncio se façae durmamos nós!

Tiámat isso quando ouviu,
Encolerizou-se e clamou contra seu consorte,

Clamou assim apenada,enraivecida ela só —
Maldade lançara ele em suas entranhas:

[45] Por que nóso que engendramos destruiríamos?
Sua conduta é molesta?Suportemos benignos!

Retrucou Múmmu,a Apsu aconselhou,
De intendente insubmissoo conselho de seu Múmmu:

Destrói sim, meu pai,a conduta perturbadora,
[50] De dia repouses,de noite durmas!

E alegrou-se Apsu,brilhou-lhe a face,
Pela maldade que tramoupara os deuses, seus filhos.

Múmmu abraçou-lhe a nuca,
Assentou-lhe nos joelhos,a ele beijou.

[55] O que tramaram em tal assembleia
Aos deuses, seus rebentos, repetiu-se.

E ouviram os deuses e desarvoravam-se,
Silêncio os tomou,calados sentaram-se.

Superiormente agudo,experto, capaz,
[60] Ea, em tudo sagaz,desvendou-lhes o plano,