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Vou levá-la,..., à mesma casinha do morro de Santa Teresa, onde começou esta pequena história.

São 10 horas da noite. Penetremos no interior.

D. Maria acabava de recolher-se, depois de ter beijado sua filha; toda a casa estava em silêncio; apenas havia luz no aposento de Carolina.

Esse aposento era a mesma câmara nupcial, onde cinco anos antes aquela inocente menina adormecera noiva para acordar viúva, no dia seguinte ao do seu casamento.

Nada aí tinha mudado, a não ser o coração humano.

Cinco anos que passaram por esse berço de amor, transformado de repente em um retiro de saudade, não haviam alterado nem sequer a colocação de um traste ou a cor de um ornato da sala.

Apenas o tempo empalidecera as decorações, roubando-lhes a pureza e o brilho das coisas novas e virgens; e a desgraça enlutara a rola, que se carpia viúva no seu ninho solitário.

Carolina estava sentada na conversadeira, onde na primeira e última noite de seu casamento recebera seu marido, quando este, trêmulo e pálido, se animara a