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Página:Alfarrabios.djvu/105

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da porta. Era ele capaz de jurar que a dona do olhar de maliciosa se estava rindo dos apertos em que o via.

Com receio de que o surpreendesse o Sebastião no mais doce de seu enlevo, arranjou-se de novo o Ivo em posição de escrever, puxou à frente o grosso in-fólio para lhe servir de baluarte contra os óculos do tabelião, e assentou no alto do papel, segundo as regras caligráficas, a mão pronta a lançar o rasgo da primeira letra no mais asseado bastardo.

Mas sentiu certas cócegas nas pontas dos dedos, e sem saber como, achou-se a fazer a bico de pena a cópia fiel daquela fresta da porta, onde aparecia o céu de uma testa de marfim, e um olhar que era a estrela do tal céu.

Bem percebeu Marta pelos modos, que o moço lhe estava. tirando as feições; e escondeu-se de vergonhosa, mas para voltar logo depois, descobrindo um pouquito mais do rosto. Disfarçava a sonsa, fingindo-se atenta para outro ponto da sala, e a descuido mostrava o lindo perfil; até que de repente sumia-se, como se então somente descobrisse o Ivo a observá-la.

Não obstante as negaças da menina, traçara o rapaz o seu desenho, e aproveitando uma vez em que Marta