Dias depois do funesto acontecimento, a escuna Maria da Glória estava fundeada no seio que forma a praia junto às abas do Morro do Catete.
Era o mesmo lugar onde vinte anos antes se fazia a festa do batismo, no dia em que se dera o caso estranho do desaparecimento da imagem da Senhora da Glória, padroeira da escuna.
Na praia estava um ermitão vestido de esclavina, seguindo com o olhar o batel que largara do navio e singrava para terra.
Abicando à praia saltou dele Antônio de Caminha, e foi direito ao ermitão a quem entregou a imagem de Nossa Senhora da Glória.
Recebeu-a o ermitão de joelhos e erguendo-se disse para o mancebo:
— Ide com Deus, Antônio de Caminha, e perdoai-