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— Qual, senhora! Pois eu não vi o Ivo quando estava copiando do próprio que tem nos seus divinos braços a Virgem Santíssima dos Carmelitas?

A Rosalina tivera essa idéia, quando pela primeira vez deu com o painel. não podendo compreender que o filho tirasse da fantasia, sem auxílio de cópia, o lindo vulto do Menino Jesus. Não duvidou pois dar como visto, o que fora apenas imaginado.

— Que é pintura de devoção logo se vê, observou a velha Romana. Se não fosse, não punha o menino assim nuzinho, sem malícia nenhuma, o inocente! Nessas pinturas desavergonhadas, não vêem como eles escondem as patifarias, que nem parecem?

Esta razão era sem réplica; à vista dela ficou assentado que o painel representava o Menino Jesus; e a Sra. Romana o colocou sobre uma toalha no trumó, mandando logo recado ao seu capelão e confessor, um frade capucho, para vir benzê-lo.

Foi aí que o viu o Ivo, ao entrar em casa da Romana, na alheta da Rosalina, que o puxava pela aba do gibão com receio de que lhe escapasse.