Foi então que o jornalismo portuguez o sagrou rouxinol. As appellações mais vulgares, que ficaram desde esse dia como cauda obrigatoria ao seu nome, foram as de: orador maviosissimo, harmonioso tenor, voz eloquente e suave, etc. etc. Cantor dos bosques sagrados de S. Bento―eis a sua posição social e artistica, perante a critica do seu paiz.
«―Mas eu não sou tal rouxinol! Eu nunca na minha vida cantei!―exclamava elle em vão com um gesto de suplice resistencia. Eu não tenho a pezar-me na consciencia nem um trilo nem uma volata.
―É rouxinol―respondeu severa e cathedratica a critica portugueza. É rouxinol, e rouxinol hade ficar!...
Foi uma hora amargurada esta, na vida do orador. Resignou-se então por algum tempo, para ver se o despediam d'entre o bando dos alados cantores, a fazer politica de pequenos interesses, e de pequenos assumptos.