— Isso sei! É tornar uma coisa mais bonita.
— Pois se sabe isso e não sabe o contrário, você é uma simplória, disse o Grifo.
Alice não se sentiu com ânimo de fazer outras perguntas daquela qualidade e voltou ao assunto do começo.
— E que mais tinha de aprender? perguntou.
— Havia lições de Mistério, antigo e moderno: lições de Margrafia e Deslizamento. A professora de Deslizamento era uma velha enguia, que vinha só uma vez por semana. Ensinava também Esticamento e Enrolamento.
— Que vem a ser isso?
— Não posso explicar com atos, respondeu a Tartaruga Falsa, porque sou muito dura de corpo. Também o Grifo não pôde aprender isso.
— Não tive tempo, explicou êste. Mas estive estudando com o mestre dos Clássicos, que era um caranguejo cascudo.
— Nessa aula não estive, disse a Tartaruga, porque nela se ensinava a rir e chorar e eu não fui feita para rir.
— E quantas horas de estudo tinham por dia? apressou-se Alice a perguntar, para fugir do assunto triste.
— Dez horas no primeiro dia, nove no segundo, oito no terceiro e assim por diante, explicou a Tartaruga.
— Que curioso sistema! exclamou Alice, achando que era muito melhor do que o usado com ela. Por êsse método, no undécimo dia começam as férias...
— Basta de lições, disse o Grifo. Ela que fale agora sôbre os jogos.