— É a coisa mais curiosa que pode haver! ajuntou o Grifo.
— Tudo sair diferente!... repetiu a Tartaruga, como se estivesse pensando em voz alta. Oh, peça-lhe que repita um pedacinho da conversa! disse ao Grifo, como se esta criatura tivesse alguma autoridade sobre a menina.
— Fique de pé e recite “A Vida do Vagabundo”, ordenou o Grifo.
— Como são mandonas estas criaturas! pensou Alice. Querem fazer-me repetir versos, como na escola... Mas apesar disso levantou-se e começou a repetir os versos que sabia de cor. Sua cabeça, entretanto, estêve por demais cheia de lagostas, de modo que cada vez que aparecia a palavra “vagabundo” ela dizia lagosta, e ficou uma grande trapalhada.
— Ésses versos são muito diferentes dos que aprendi na escola, disse o Grifo.
— Eu não os conhecia, mas devo dizer que me soam muito mal, acrescentou a Tartaruga.
Alice nada respondeu. Sentou-se e escondeu o rosto nas mãos, pensando: “Meu Deus! Será que nunca mais me acontecerá nada naturalmente?”
— Gostaria que ela se explicasse, disse a Tartaruga.
— Impossível. Esta menina nunca poderá explicar o que disse, declarou o Grifo. Continuemos com o recitativo. Vamos à segunda parte.
Embora na certeza de que ia recitar tudo errado, Alice não ousou desobedecer e continuou a dizer os versos com voz trêmula. Em meio, porém, a Tartaruga interrompeu-a.