a frase. Escorregou e caiu de costas no lago de água salgada, que se havia formado com as suas próprias lágrimas. Sua primeira idéia foi que havia caído no mar, “e nesse caso só poderei voltar para casa de trem”, pensou consigo. Alice só fôra uma vez na vida ver o mar, quando bem pequenininha. E ficou para sempre com a idéia de mar que teve naquela ocasião. Mar era uma praia cheia de crianças brincando na areia, perto de fileiras de casinhas de banhistas, e lá atrás uma estação de estrada de ferro. Mas essa impressão de mar pouco durou. Alice logo percebeu que estava dentro dum lago de lágrimas, que ela mesma formara no chão quando se fêz grandona qual uma giganta.
“Bem feito!” exclamou. “Quem me mandou chorar daquela maneira? Será muito bem feito que me afogue neste lago produzido por minhas próprias lágrimas! Que fim estranho! Creio que jamais aconteceu coisa semelhante no mundo, desde que o mundo é mundo...”
Nisto ouviu um barulho na água e tratou de nadar na direção para ver o que era. Viu um animalão que a princípio lhe deu idéia dum hipopótamo. Depois percebeu que lhe parecia grande assim porque ela estava muito pequena, e não era hipopótamo nenhum e sim um Rato que também caíra nágua.
Valerá a pena falar com êste Rato?” — pensou Alice. “É tudo tão extraordinário neste lugar que com certeza êste Rato é falante, como o Coelho. Vejamos.” E dirigiu a palavra ao Rato, assim: “Senhor Rato, poderá dizer-me qual é a saída dêste enorme lago? Estou cansada de nadar, ó Rato!” Alice achou que era êste o