— Que pena a Diná não estar aqui! murmuro Alice consigo. Ela teria feito o Rato voltar e lhe daria uma lição para o resto da vida.
— Quem é essa Diná, se me permite a pergunta? indagou o Papagaio.
Alice, que não perdia ocasião de falar da querida gatinha, apressou-se em responder: — É a nossa gatinha. Você não imagina que danada para caçar ratos! E passarinhos também. Apanha-os e come-os num abrir e fechar de olhos.
Aquelas palavras impressionaram sèriamente alguns dos bichos de penas, os quais trataram de afastar-se da dona de tão perigoso animal. Uma velha coruja agasalhou-se dentro de seu xalinho, dizendo: — Preciso ir para casa sem demora. O sereno me pode fazer mal. E uma canária chamou com voz trêmula os filhotes, assim: — Vamos, queridinhos. Há muito tempo que vocês já deviam estar na cama. E dando cada qual sua desculpa, todos se retiraram, deixando Alice sòzinha.
— Antes não tivesse falado em Diná! pensou ela melancòlicamente. Parece que aqui ninguém a aprecia, e no entanto é a melhor gatinha do mundo. Que injustiça lhe fazem...
Sentindo-se muito só e desanimada, Alice pôs-se novamente a chorar, e assim ficou até que ouviu ruído de passos ao longe. Olhou ansiosa na direção do barulho, com esperança de que o Rato viesse voltando para lhe contar a sua história.