ria bom que eu pudesse trazer-lhe as luvas e o leque, mas onde a tal casa?”
Foi correndo às tontas e, de repente, achou-se defronte duma casinha muito limpa, que trazia na porta uma placa de metal amarelo com o nome Coelho Branco gravado em letras pretas. Alice entrou sem bater e subiu a galope as escadas, receando esbarrar pelo caminho com a verdadeira Mariana, que certamente a poria no ôlho da rua, sem luvas nem leque.
“Mas isto é um absurdo!” começou Alice a refletir. “É um disparate eu a esbofar-me para fazer o que um coelhinho manda! Qualquer dia a Diná põe-se a me fazer de criada também.” E começou a imaginar as cenas. Imaginou que a sua governanta a chamava para ir ao dentista, assim: “Dona Alice, vamos, são horas do dentista!” “Espere um pouco, Dona Quitéria, respondia a menina aflita. A Diná me pôs aqui de guarda a êste buraquinho de rato e eu não posso sair sem licença dela.”
Assim imaginando tais maluquices, a travêssa menina entrou num quartinho que estava de porta aberta e viu sôbre a mesa do toucador um leque e vários pares de luvas brancas. Escolheu um dêles, agarrou o leque e dispunha-se a sair quando notou uma garrafa perto do espelho. Não havia rótulo dizendo: Beba-me, mas Alice abriu-a e provou o líquido, pensando: “Sei que acontece sempre alguma coisa estranha quando como ou bebo neste país das maravilhas... Quem sabe se êste líquido me faz crescer novamente? Já estou farta de ser pequenininha.”