Assim que diminuiu o necessário, safou-se da casa e correu para fora, onde a esperava uma multidão de pequenas aves e animais. O tal Periquito não passava dum lagartinho. Estava ainda tonto da queda, escorado por dois porquinhos da Índia que lhe davam a beber goles de pinga. Mal a viram aparecer, avançaram todos para ela; mas Alice pôs-se a correr e logo se achou livre dêles, no seio duma floresta.
“A primeira coisa que tenho a fazer, disse Alice, enquanto vagava pelo bosque, é voltar ao meu tamanho natural; e a segunda é achar o caminho daquele jardim encantador. Não desisto de conhecer êsse jardim.”
Bom era o plano; mas como executá-lo? Alice não tinha a menor idéia a respeito. E começou a andar ao acaso pela floresta.
De repente ergueu os olhos para uma árvore e viu, sentado num galho, um cãozinho. “O coitado!” murmurou com piedade. Mas logo se lembrou que podia ser um cão faminto, dos que comem meninas — e ficou transida de mêdo. Quase sem saber o que fazia, pegou uma varinha e ofereceu-a ao cão. Este saltou da árvore para apanhá-la. Alice escondeu-se atrás dum tronco. Apesar de muito pequeno, aquêle cãozinho era maior que ela, e podia comê-la como comeria um rato. Por isso ficou a rodear o tronco, de modo que o bichinho não pudesse pegá-la, e em certo momento deu uma carreira e escapou para longe. Correu a mais não poder, só parando quando percebeu que o cão estava muito distanciado.
“Que pena! Era tão lindo!” exclamou Alice, sentando-se para descansar e abanando-se com uma fôlha