O raciocínio não pareceu muito perfeito, mas a menina continuou nas perguntas.
— E você, como sabe que é maluco? disse ela.
— Vou explicar. Mas diga-me antes: acha que os cães são malucos?
— Suponho que não.
— Pois bem, concluiu o Gato: os cães rosnam, quando se zangam e mexem com a cauda, se estão contentes, não é assim? Já eu rosno quando estou satisfeito e movo a cauda quando estou zangado. Por conseguinte, sou maluco.
— Uma coisa é rosnar e outra é roncar. Os gatos rosnam, os cães roncam, explicou Alice.
— Dá na mesma, concluiu o Gato. E, mudando de assunto, perguntou: — Vai jogar croquet com a Rainha?
— Gostaria muito, mas não fui convidada.
— Pois se fôr, lá me encontrará, disse o gato desaparecendo.
Alice não se mostrou surpreendida com tais modos, porque já estava acostumada às esquisitices daquele povo. Ficou parada, com os olhos postos no galho onde o Gato estivera, a cismar no que faria. Nisto o Gato reapareceu de brusco.
— A propósito, indagou êle, que é que fêz da criança da Duquesa?
— Soltei-a, porque virou porquinho.
— Assim devia ser, murmurou o Gato desaparecendo de novo.
Alice ainda esperou uns momentos, certa de que êle voltaria pela terceira vez para perguntar mais al-