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CAPÍTULO VI

HUMPTY DUMPTY


O ÔVO COMEÇOU a crescer, a crescer e a tomar jeito de gente. Aproximando-se dêle Alice viu que tinha olhos e bôca. Por fim percebeu que estava parecido demais com HUMPTY DUMPTY para não ser o mesmo. “Tenho a certeza de que é êle! pensou a menina. Tanta certeza como se o seu nome estivesse escrito em sua cara.”

E o nome de Humpty poderia ter sido escrito cem vêzes em sua cara, tamanha era ela. Humpty Dumpty estava sentado, de pernas cruzadas à moda dos turcos, bem em cima dum muro tão estreito que Alice ficou admirada de como podia equilibrar-se ali. Humpty tinha os olhos fixos na direção contrária a Alice e nem sequer notou a sua presença.

— É tal qual um ôvo! exclamou a menina em voz alta, espichando as mãos para segurá-lo, certa de que iria cair dum momento para outro.

— Isso chega a ser desafôro! disse Humpty Dumpty depois dum longo silêncio, voltando os olhos para Alice enquanto falava. Ser chamado de ôvo! É demais!...

— Eu disse parecido com um ôvo, explicou Alice tìmidamente. Não disse que era um ôvo, apesar de