No outono, quando as folhas ficam amarelas,
Tomo pena e tinteiro e vou para as janelas.
— Hei de fazer o mesmo! aparteou de novo Alice.
— Nada de interrupções, que me atrapalha! observou Humpty. E continuou:
Mandei recado aos peixes
Dizendo o que queria;
Os peixes responderam
Naquele mesmo dia.
Responderam dizendo
Que noutra freguesia
Eu fôsse pregar pregos...
“Peixinhos sabidos eram êles!” pensou Alice consigo. Apesar de ter apenas pensado e nada dito em voz alta, Humpty adivinhou o seu pensamento e ofendeu-se. Parou o recitativo naquele ponto e com cara muito feia exclamou: — Até logo!
— Como até logo? gritou Alice. A sua poesia então acaba assim sem mais nem menos?
— Até logo! repetiu êle sêcamente.
— Nesse caso, disse a menina desapontada, só me cumpre responder que terei muito gosto em vê-lo de novo.
— Se novamente nos encontrarmos, não a reconhecerei. Estou certo disso.
— Por quê?
— Porque a menina se parece muito com tôdas as outras meninas que existem.